Os cabos subterrâneos são uma tendência mundial. Na Europa, há um amplo movimento para aterrar os cabos de alta, média, baixa tensão e também de telecomunicações. Na Holanda, por exemplo, segundo dados do Sycabel – sindicato francês de profissionais do setor –, 100% dos cabos de média tensão são subterrâneos. Os dados mostram, ainda, que outros países europeus também possuem uma rede subterrânea avançada, como Reino Unido (81%), Alemanha (60%) e Itália (35%). No Brasil, a maior concentração de uso de cabos subterrâneos está nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Mesmo assim, em
proporção incompatível com o tamanho das metrópoles e do país – fontes indicam
que apenas entre 2% e 11% dos cabos nessas cidades são aterrados. É importante
observar que essa tendência mundial leva em consideração os aspectos de
eficiência, confiabilidade, segurança e sustentabilidade, e não apenas o
impacto visual que permite cidades mais bonitas, onde seja possível contemplar
suas belezas sem a interferência de fios aparentes.
Uma das principais
razões para se investir em cabos subterrâneos é que, como não ficam expostos,
são menos suscetíveis aos impactos de condições meteorológicas adversas, que
incluem ainda a queda de árvores, que causam sérios problemas e rompimentos aos
cabos aéreos. O mesmo acontece com acidentes que derrubam postes e podem deixar
até mesmo um bairro inteiro sem energia elétrica, internet e sinal telefônico.
Isto não acontece com os cabos subterrâneos, pois, além de mais resistentes,
sua instalação abaixo da superfície os deixam mais protegidos de acidentes e
mudanças climáticas. Cabos subterrâneos são isolados, o que garante menor perda
de energia e maior durabilidade e vida útil – o que não acontece nos aéreos – e
menor risco de corte de sinal devido a raios, acidentes e outros incidentes que
causam alguma interrupção.
Outro aspecto
importante relacionado à eficiência do cabo subterrâneo está na transmissão de
energia. Os subterrâneos são capazes de transmitir mais energia em um mesmo
cabo, isto porque podem ter diâmetros muito maiores do que os aéreos, que
possuem um limite de peso para não derrubar o poste. A longividade é outro
ponto positivo nos cabos subterrâneos, que duram, em média, 25 anos e não
requerem manutenção constante como os aéreos, que estão sujeitos a acúmulo de
poluição, contribuindo para redução da qualidade e vida útil do mesmo. No que
diz respeito à manutenção, após uma forte chuva, por exemplo, é preciso uma
grande equipe na rua para restabelecer a energia nos locais danificados, o que
eleva o custo de serviço. Some-se a este custo de manutenção a necessidade
constante de poda das árvores que tanto podem atrapalhar a realização de
serviços quanto danificá-los.
A estabilidade da
transmissão de energia é outra importante característica dos cabos
subterrâneos. Manter a estabilidade na transmissão é um ponto crucial tanto
para hospitais como para residências. Imagine quanto os hospitais gastam em
equipamentos geradores para os casos de falta de energia? Afinal, uma parada no
fornecimento pode representar a vida ou morte de um paciente. O mesmo
acontece nas residências que possuem familiares em situação de homecare,
que estão em casa com uma miniestrutura hospitalar e dependem da energia
elétrica para manter os equipamentos funcionando. Empresas também podem ser
afetadas com a instabilidade energética, independentemente do tamanho, pois
todas terão prejuízos. Uma montadora ou indústria de peças pode ter uma linha
de produção inteira paralisada. Médias ou pequenas empresas de fornecimento de
alimentos prontos podem perder toda a matéria-prima, como alimentos que
necessitam de refrigeração além de ficar sem produzir, correndo o risco de
perder clientes.
Apenas para se ter
uma ideia do impacto da instabilidade de energia, um estudo de duas empresas
americanas – Kinectrics e Marbek – realizado em áreas urbanas do país comparou
as interrupções de fornecimento de energia nos cabos aéreos e subterrâneos. O
resultado mostrou que os cabos aéreos apresentaram 16.600 horas de interrupção
em um ano e os subterrâneos tiveram apenas 863 horas de interrupção. Some-se a
isto, a quantidade de equipamentos danificados devido a instabilidade da
transmissão de energia.
É fato que o custo
de instalação de cabos subterrâneos é, num primeiro momento, maior do que cabos
aéreos devido às obras de construção civil que consomem grande parte do
investimento total – chegam até 70%, segundo estudo da AES. Entretanto, segundo
fontes de mercado, este investimento inicial se paga em até cinco anos. Além
disso, a rede subterrânea não está sujeita a efeitos externos, como chuva,
poluição e colisões de veículos em postes ou na fiação aérea, o que reduz os
custos de manutenção, permitindo aos cabos vida útil comprovada de até mais de
40 anos. Já na opção aérea, os fatores externos levam a uma necessidade de
troca de cabos em períodos de até dois anos após a instalação.
Para acelerar a
adoção desta tecnologia é necessário que as novas construções já contemplem as
instalações subterrâneas em seus projetos para, ao longo do tempo, termos uma
rede elétrica mais eficiente. Para as construções que já existem, o ideal seria
realizar o mapeamento dos locais que mais necessitam de estabilidade na
transmissão de energia, como concentração de hospitais, para investir nesta
troca. É certo que, além de centros históricos e cidades turísticas, que seriam
beneficiados esteticamente, a adoção de cabos subterrâneos propicia negócios
mais duradouros e uma nova forma de relacionamento com as comunidades.
Por Marcello Mori, diretor Comercial de Elétrica & Telecomunicações da Dow para a América Latina.
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