Acessórios são úteis, mas precisam ser usados com critério
para não causarem sobrecarga na instalação elétrica
Benjamim, “T”, extensão, régua, multiplicador
de tomadas... os nomes são variados. Facilmente encontrados à venda em
supermercados, lojas de material elétrico ou construção, são práticos, úteis e
resolvem o problema quando precisamos de um ponto de energia elétrica e não
temos uma tomada disponível por perto. Certo? Depende.
Não é raro escutarmos que estes itens não
são recomendados e que colocam em risco aparelhos eletrônicos e a instalação
elétrica. E aí é que surge a dúvida: usar ou não usar? “Basta ter cuidados e seguir
critérios. Seu uso não pode ser generalizado para todo e qualquer tipo de situação,
sob o risco de sobrecarga elétrica”, comenta Gilmar Nascimento, gerente de
vendas da Santil, uma das principais distribuidoras de material elétrico do
país.
Os dispositivos são recomendados para a
conexão simultânea de aparelhos, desde que a soma das potências deles não
ultrapasse a capacidade de fornecimento de corrente da tomada em que serão conectados.
Se usados de forma inapropriada, podem causar sobrecarga na rede elétrica,
curto-circuito na tomada, deformações por superaquecimento, funcionamento
anormal dos equipamentos ou até mesmo incêndio.
A razão disso é que o aumento de potência faz com que haja um
acréscimo da corrente elétrica naquele ponto do circuito. Se a tomada e os fios
ou cabos estiverem mal dimensionados para esta carga, ocorrerá um aquecimento,
que pode iniciar até um incêndio.
Como
calcular
A soma das correntes consumidas pelos
aparelhos ligados ao multiplicador de tomadas não deve ser superior à
capacidade máxima da tomada. Para uma tomada residencial comum, no Brasil, este
limite pode ser de 10 ou de 20 amperes (A), de acordo com o modelo utilizado,
padronizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Uma forma prática de fazer este cálculo é conferir
qual é a corrente da tomada e do multiplicador e associar 1 ampere para cada
100 W de potência do aparelho, em redes de 110 V (volts), e 1 ampere para cada
200 W (watts) em redes de 220 V.
Então, no benjamim colocado em uma tomada com
capacidade de 10 A (a mais comum), não podemos ligar, por exemplo, um ferro de
passar de 700 W e um forno de micro-ondas também de 700 W. A corrente, na
somatória, chegaria a 14 A, o que é acima da capacidade da tomada.
Nunca se deve ultrapassar a capacidade da
tomada elétrica ou do multiplicador. Por segurança, a
soma não deve ser superior ao limite de corrente estipulado para este ou para a
tomada, o que for menor.
Quando
usar Exemplo prático
Os acessórios são ideais para ligar
aparelhos que consomem pouca energia elétrica. Um exemplo comum é conectar um abajur,
um ventilador portátil e um telefone no
mesmo multiplicador. Como possuem baixo consumo de energia, mesmo que
conectados simultaneamente, não ultrapassarão a capacidade de corrente da
tomada.
Então, é sempre recomendável que haja um
equilíbrio da potência: ao ligar um eletrodoméstico em um benjamim, deve se
“aliviar” outros plugues que estejam conectados no mesmo circuito. Outra regra
básica é: nunca utilizar equipamentos de alta potência em benjamins ou
similares. Note que alguns aparelhos que consomem corrente bastante elevada não
podem ser ligados nem
mesmo na tomada, como é o caso do chuveiro
elétrico, que é conectado diretamente na rede elétrica da casa.
Na falta de pontos de energia elétrica para
equipamentos que ultrapassem o limite de capacidade das tomadas e
multiplicadores, a solução é instalar mais tomadas ou fazer um rodízio de
aparelhos, quando forem utilizados.
Outro ponto
importante, destaca o gerente de vendas da Santil, refere-se à qualidade dos acessórios:
“Existem inúmeros modelos disponíveis no mercado, mas é preciso ficar atento à
procedência dos itens, adquirir produtos certificados e de empresas
reconhecidas”.
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