O acirrado mercado da construção civil demanda dos
profissionais de arquitetura uma constante busca por especialização. E um
caminho obrigatório para se diferenciar nesse contexto é qualificar-se,
sobretudo, nas tendências e práticas mais modernas do mercado, a exemplo do
desenvolvimento de projeto luminotécnico.
O Professor do curso de Master
em Arquitetura e Lighting da PRAEVI|IPOG, Daniel Feldman, que também é
Mestre e Doutor em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro, esclarece que o assunto iluminação está dentro de grandes áreas,
como Engenharia, Arquitetura e Design de Interiores. “Ela é parte de um todo
muito maior. Quem trabalha nessa área e é apaixonado por iluminação sabe que
luz faz muita diferença em um projeto e que pode valorizar bastante aquele
ambiente iluminado, como pode também descaracterizá-lo”, ressalta.
Para compreender melhor isso na prática, o
professor menciona algumas das vantagens de se investir em um projeto
luminotécnico:
·
Agrega valor ao imóvel:
seja em uma residência ou ambiente comercial, ao estruturar um projeto
luminotécnico adequado é possível atribuir valor ao espaço, potencializando e
valorizando o que há de melhor nele.
·
Melhora a experiência de quem circula
nele: independente do espaço, ao adequar a iluminação ao
uso dele a experiência fica mais personalizada e confortável a quem passa pelo
ambiente.
Contratar arquiteto ou uma empresa?
Mesmo ciente da necessidade de estruturar um
projeto luminotécnico, na hora de fazer o planejamento da iluminação de
uma casa, surge então a dúvida sobre recorrer a um arquiteto ou uma
empresa.
Muitas pessoas têm receio em
contratar arquitetos achando
que não são viáveis e acabam buscando uma empresa especializada em iluminação.
Mas é essencial esclarecer o cliente que projetos
dessa natureza, além de bem eficazes, promovem economia, praticidade e
sustentabilidade.
Como iniciar um projeto luminotécnico
A falta de conhecimento técnico é o principal
empecilho que leva profissionais a não chegarem ao resultado esperado (tanto
por ele, mas principalmente pelo cliente). Nesse sentido, há aspectos que não
podem ser ignorados. Basta um só fator que pode comprometer toda a qualidade do
serviço.
O primeiro passo é verificar qual a necessidade das
pessoas que moram ou vão morar no local. A iluminação é tão importante que pode
influenciar no bem-estar e na saúde de todos que ali convivem.
É necessário verificar quais as atividades serão realizadas em cada cômodo
para adequar os tipos de luzes para cada ambiente.
Para saber como é isso na prática, Feldman enumera
quatro pilares essenciais que o profissional precisa passar para prestar um
serviço de qualidade:
1. Estudo
preliminar: nesse momento é essencial ter uma
conversa com o cliente para entender as necessidades e quais expectativas ele
possui no projeto (qual orçamento, prazo, etc). Para essa etapa, é fundamental
ter também em mãos a planta baixa DWG e definições mais exatas possíveis da
distribuição do mobiliário e o projeto definitivo de arquitetura.
2. Projeto
de aprovação (ou anteprojeto): você pode
apresentar imagens inspiradoras para demonstrar mais facilmente o cliente quais
referências foram buscadas. É importante sinalizar nessa etapa também que o
projeto luminotécnico atende ao limite de carga de energia.
3. Projeto
de execução: aprovadas as etapas anteriores, é
hora de entregar um caderno com as especificações dos itens e orientações sobre
a aquisição de materiais similares, a fim de não comprometer o resultado final
com itens que fujam das características concebidas.
4. Assistência
na execução da obra: é uma etapa importante para
garantir que o detalhamento previsto saia do papel e se incorpore à obra. Nessa
etapa, podem surgir imprevistos que irão demandar um olhar especializado (por
isso, é fundamental o acompanhamento).
De acordo com Feldman, esses quatro blocos são
sucessivos e servem para coletar informações, desenvolver estudos técnicos e
emitir os produtos finais para direcionamento da obra.
O tipo de lâmpada mais adequado para
cada local
Para cada cômodo existe uma
lâmpada mais apropriada. Elas estão disponíveis em diferentes cores e efeitos,
portanto a sua utilização deve ser usada com cautela para não trazer
desconforto. As luzes brancas se adaptam melhor nas cozinhas e nos
banheiros, pois são lugares que necessitam de boa iluminação.
Na sala de estar e nos quartos o ideal é uma luz
amarela e que não esquente muito, para proporcionar um ambiente mais aconchegante.
Nas varandas e nas áreas de lazer é possível utilizar luzes que realçam as
cores naturais. Como trata-se de um lugar de descontração, luzes coloridas
também combinam.
Mas lembre-se que se for um local sem cobertura as
lâmpadas terão que ser resistentes às chuvas.
Os modelos disponíveis no mercado
Iluminação difusa
A iluminação difusa é a mais utilizada. É aquela em
que a lâmpada fica disposta no centro do teto e ilumina todo o ambiente.
Iluminação direta
Outro modelo é a direta, quando a luz ilumina
somente um determinado objeto ou superfície. É muito utilizada em salas de
estudos e escritórios. Elas também dão um efeito muito sofisticado quando
iluminam uma peça de decoração como uma planta, por exemplo.
Iluminação indireta
O último tipo é a indireta, quando a luz é focada
para uma superfície, como o teto de gesso, sendo que a luz se
expande de forma sutil, iluminando o resto do cômodo.
A importância da luz natural no
projeto luminotécnico
A utilização da iluminação natural além de produzir
um ambiente mais confortável, ajuda a economizar energia, diminui o cansaço
ocular e contribui para um clima mais fresco e saudável.
Uma dica para aumentar a incidência da luz natural
é não posicionar os móveis em locais que bloqueiam as janelas e optar
por cores mais claras na hora de escolher o mobiliário. O uso de espelhos
em frente as janelas é uma boa opção, pois reflete a luz que vem de fora.
Durante o dia utiliza-se a luz natural e a noite
utiliza-se um sistema de luzes artificiais, criando uma integração bastante
favorável entre esses dois tipos de iluminação.
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